New York Nights 2: Friends For Life (2008)


"Esse é o melhor simulador que já joguei para celular. Supera a série Nights facilmente."

Eu pensava assim naquela época quando eu peguei ele pela primeira vez, porque me surpreendeu logo de cara: Os gráficos, a música, a animação. Era como se os produtores estivessem criando algo novo depois de tanto tempo. Quem me dera se fosse verdade, é tudo tão "diferente" que esconde bem a carcaça do "mais do mesmo". Porém, tudo isso me traz algo muito bonito: Sentimentos sinceros.

New York Nights é a continuação do jogo de mesmo nome que iniciou a franquia "The Sims dos pobres". Foi com o mesmo estilo que a Gameloft reciclou, usou e abusou de todos os outros jogos da série Nights. Quem for mais atento vai notar que há muitas semelhanças em opções de escolha, gráficos e até animações nos jogos posteriores a esse. É uma pena que elementos como história e diversificação ficaram de fora.


Ele é mais um dos jogos da série Nights, ou seja, é farra, badalação e roteiro simples e rasteiro. Apesar que já de começo você pode definir a sua personalidade, se o seu personagem vai ter mais pontos em Corpo, Cultura, Crime, e por aí vai.

O engraçado é o começo simplesmente caótico. Saindo do Aeroporto, várias pessoas estão esperando um famoso (a) na porta da frente (O personagem muda de gênero dependendo da sua escolha sexual). Indo ao ponto de taxi, chega do nada um careca doidão te dando porrada, o que deixa o personagem atordoado. O cara (ou mina) anda até o meio da rua e é atropelado por quem... sim! O (a) super astro que todo mundo estava esperando!


Depois de um diálogo sobre se livrar do corpo (COM UM MONTE DE GENTE EM VOLTA) o astro (ou astra) leva o nosso personagem desmaiado para a casa, com o auxílio do endereço que está no bolso da calça. 


Até aí, você é jogado na sarjeta e seu irmão te acompanha até a sua nova moradia. Até aí segue os diálogos sem noção, em que o seu brother Colin briga com a namorada por um sanduíche de ação de graças. 

A partir daí começa uma saga muito similar ao Miami Nights: converse com X pessoa, faça coisa Y, e por aí vai. É o padrão Gameloft de qualidade, muito similar ao que as franquias mais famosas e recentes fazem, como Far Cry ou Assassin's Creed: O mesmo jogo mas com temas diferentes e uma roupagem diferente.


Algumas coisas nunca mudam, como trocar ideia com o porteiro para conseguir entrar na balada mais popular da cidade, fazer uns trabalhos muito questionáveis (nessa versão, o trabalho é dançar sem camisa no Club Awesome), ser malandro com alguém pra ganhar vantagem financeira, enfim, é algumas situações tão enfadonhas que eu me pergunto como a equipe teve tanta liberdade assim.

Apesar de toda a lambança na história, que nunca foi um ponto forte nas séries de farra da Gameloft, o que me deixou feliz desde o primeiro momento em que joguei foi o senso de liberdade. Tem MUITA coisa a fazer, até o troço mais inútil pode ser interagido, dentro dos limites.


Além das clássicas paqueras, comer, dormir, roubar, amaciar, etc. eles incluiram a opção de aprender kung fu com um mendigo (e que você nunca vai usar nesse jogo), subir na estátua de um urso e dar uma de louco, fazer uma pose artística para um pintor, pegar a ex do seu irmão, enfim, é tanta coisa que até esqueço dos detalhes.

É claro que exagerei um pouco nas linhas acima, mas era o que parecia na época, o senso de liberdade tinha se expandido de tal maneira que aquilo não era só um jogo de celular, era a experiência da minha vida. Claro que jogando o mesmo jogo quase 20 anos depois você nota que não chegava nem perto disso, mas o fator diversão e o roteiro totamente sem noção ajudam a divertir e isso meio que burla as limitações que os jogos tinham na época.


Uma adição bacana e quem vem do Miami Nights é a adição de textos durante o carregamento das fases. Esses textos nos dão uma noção de como o povo Nova Iorquino no seu habitat natural. Confesso que não ri de nenhum e nem achei graça, e se a galera de lá age assim mesmo, eu prefiro nunca pisar em Nova Iorque.

Para quem tem interesse de descobrir mais sobre o que o povo de lá fala (e o resto do mundo fala também, porque não vi nada demais nesses textos) é só acessar https://overheardinnewyork.com/. O site continua vivo até hoje.



E o final? Bom, se você já jogou Miami Nights 2 já vai ter noção de como será a historinha desse. Basicamente, você se torna o fodão de Nova Iorque, e tem que decidir entre ficar com a mocinha que te atropelou no começo do joogo ou com o seu verdadeiro amor. Ambas as opções acabam em lugar nenhum, então não há consequência se você quer ficar com o seu verdadeiro amor e com a "carreira destruída" ou ser um ator fodão de Hollywood mas não mudar em nada a sua vida.

 

Esse foi o último jogo de simulação que eu joguei na época para Java, não faço nem idéia como são as outras séries como Tokyo Nights por exemplo, mas só de ver os vídeos já dá pra ter a noção que continua mais do mesmo. New York Nights meio que fecha um ciclo para mim, já que alguns anos depois, os celulares Android varreram o mercado e esses velhos jogos java foram varridos para debaixo do tapete. Diferente da mídia física, não dá pra guardar um jogo digital para sempre se você não souber armazená-lo de maneira correta. Felizmente, ainda existe muitas pessoas que guardam esses aplicativos com muito carinho para que as velhas e novas gerações redescubram como os jogos de celular passaram por uma longa curva de avanço e tecnologia. O que nos resta é rejogar e matar as saudades, já que não dá pra sair por aí roubando pessoas e pedir perdão depois.

E esse foi o fim das análises que prometi fazer, mas logo eu faço mais, só preciso saber o que fazer agora.

Ficha técnica:

Título: New York Nights 2: Friends For Life (New York Nights 2: Amigos para Sempre)
Publicação: Gameloft
Desenvolvimento: Gameloft
Data de lançamento: 16 de Abril de 2008
Plataforma: J2ME



Esta é a postagem 7 de 12. Mas como falhei em fazer os posts eu desisti da contagem. Até mais!

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